4ª sessão do Fórum de Debate – Investigação clínica e inovação
Junho de 2020
A 5 de Junho decorre a quarta sessão do Fórum de Debate online dedicado ao tema “Investigação Clínica e Inovação”, com a intervenção da Prof.ª Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, e do Prof. Helder Mota Filipe, Presidente do Conselho Nacional para a Cooperação.
A sessão é dedicada à importância da investigação, nomeadamente dos ensaios clínicos, na inovação terapêutica. Os ensaios clínicos constituem o pilar fundamental na geração de informação sobre a eficácia e segurança dos novos medicamentos. Os requisitos regulamentares e éticos que têm vindo a ser exigidos e implementados, assegurando o máximo de proteção dos voluntários e a qualidade dos dados gerados fazem com que hoje seja reconhecida a mais valia da sua realização para os doentes, para a comunidade científica, mas também para a economia das instituições e dos países onde os ensaios clínicos são desenvolvidos.
África é dos continentes com menor número de ensaios clínicos realizados e com fraca representação nos ensaios clínicos multinacionais, embora saibamos que são realizados mais ensaios do que os formalmente reportados nas bases de dados internacionais. É necessário aumentar a visibilidade dos centros de ensaio dos países africanos, fortalecer as infraestruturas que lhes dão suporte e harmonizar a legislação e a regulamentação com os mais recentes princípios internacionalmente reconhecidos.
Acresce que frequentemente há pouca diversidade genética nos ensaios clínicos, sendo uma mais valia a elevada diversidade genética que o continente africano pode aportar a estes estudos.
A crise de saúde pública associada à pandemia de COVID-19 criou um conjunto de oportunidades que não devem ser desperdiçadas também pelos centros de ensaios clínicos em África, e em particular na África lusófona. Neste contexto, a OMS estimula centros de investigação de todos os países e empresas a colaborar para garantir a acessibilidade e disponibilidade das opções de tratamento, se forem eficazes. Para isso fornece suporte técnico dedicado para implementação dos ensaios nos centros que se proponham a aderir.
O projeto BERC-Luso tem o potencial para se transformar numa plataforma de colaboração entre todos os países envolvidos, proporcionando o robustecimento e harmonização regulamentar e ética, mas podendo também constituir-se como uma rede de apoio mútuo aumentando a capacidade de resposta, a qualidade da investigação e a visibilidade internacional.
Não deveremos desperdiçar esta oportunidade de colocar os centros de ensaios das instituições dos nossos países na rede internacional de ensaios clínicos. Assim, contribuiremos para a melhoria dos cuidados dos nossos doentes e para o desenvolvimento científico e económico dos nossos países.